O que é o IPCA e como ele está ligado a você?
Quem nasceu nos anos 70 e 80 acompanhou de perto a inflação no Brasil e os impactos negativos no país. Muitas famílias não tinham o que comer, o que usar e viviam com grande dificuldade, devido o alto custo de tudo. Com o tempo, foram criados mecanismos para controlá-la.
Um destes mecanismos surgiu em 1979, sendo utilizado até hoje. Trata-se do IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede oficialmente a inflação no Brasil. Este índice é aferido pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mês a mês, o IPCA aponta o aumento do custo de vários itens no comércio, cujo preço é passado diretamente para o consumidor final, no caso, a população.
Desde 1999, o Banco Central o utiliza para manter a inflação sob controle e de preferência, dentro do sistema de metas do Governo. O sistema de metas foi criado para combater a hiperinflação que nos anos 90 chegou a 80% ao mês.
Os cálculos são feitos em produtos e serviços comercializados nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém.
Como é calculado?
O IPCA é realizado sempre do 1o ao 30o dia do mês. A pesquisa ocorre em comércios prestadores de serviços; residências (valor do aluguel); lojas e concessionárias de serviços públicos.
Esta análise abrange nove grupos: habitação; artigos de residência; cuidados pessoais; transportes e vestuário; despesas pessoais; alimentação e bebidas; educação; comunicação e saúde. Cada uma destas categorias é subdividida em outros itens e no total, são analisados os valores de mais de 465 subitens.
Como os itens têm seus valores comparados mês a mês, o IBGE consegue calcular as variações de preço em cada período e saber o quanto estes itens estão ou não mais caros nas prateleiras.
Como ele influencia o nosso dia a dia?
Este índice calcula o custo de vida do brasileiro, mais precisamente das famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Se os preços tiverem um aumento significativo, isto significa que a inflação (aumento persistente e generalizado nos preços) esta acima da meta estabelecida pelo governo e neste caso, o Banco Central terá de intervir, para controlá-la.
Como será feita esta intervenção?
A política mais comum nestas circunstâncias é a elevação da famosa taxa básica de juros, a Taxa SELIC. Ela é a base para acréscimo de juros nos preços dos produtos.
À medida que esta taxa se eleva, com base nos índices do IPCA, a tendência destes produtos é ficarem mais caros e assim, “abandonados” nas prateleiras, tendo em vista que o brasileiro irá procurar alternativas mais baratas ou simplesmente não gastará com aquele item ou serviço.
Desta forma, estes produtos ou serviços terão uma queda na procura (demanda) nos mercados e seus valores poderão abaixar em semanas. É uma forma de se manter a inflação controlada, pois quando o crédito está mais caro, as pessoas procuram não gastar.
Fonte: fineconddgn.com.br
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